Dra. Carolina Feitosa
3 min de leitura
02 Sep
02Sep

Você já parou para pensar que cada contribuição ao INSS é como um tijolo na construção da sua segurança? Para quem trabalha por conta própria, a vida é feita de esforço diário, de correr atrás, de conquistar clientes, de lidar com incertezas. Mas há uma certeza que não pode ser deixada de lado: o futuro também precisa ser planejado.

O que antes era conhecido como “autônomo”, hoje se chama “contribuinte individual”. Essa categoria inclui todos os trabalhadores que prestam serviços sem vínculo de emprego formal, seja para pessoas físicas ou jurídicas. Motoristas de aplicativo, vendedores, cabeleireiros, diaristas, profissionais liberais — todos podem se enquadrar nessa forma de contribuição.

Por que contribuir como autônomo é essencial?

Muitos acreditam que só vale a pena pagar o INSS quando se tem carteira assinada. Mas a verdade é que o trabalhador por conta própria também tem direito a benefícios importantes. E mais: não contribuir pode significar ficar desamparado em situações inesperadas.

Imagine alguém que ficou doente e precisou se afastar do trabalho. Sem contribuição, não há direito a auxílio-doença. 

Ou então pense em uma família que perde seu provedor. Se ele contribuía regularmente, os dependentes podem receber pensão por morte. Caso contrário, enfrentam não apenas a dor da perda, mas também a insegurança financeira.

Contribuir é, portanto, um ato de responsabilidade consigo e com a família.

Quais benefícios o autônomo garante ao contribuir?

Ao pagar como contribuinte individual, o trabalhador pode ter acesso a:

  • Aposentadoria por idade ou tempo de contribuição (dependendo das regras vigentes);
  • Auxílio-doença, quando não puder exercer a atividade;
  • Salário-maternidade, garantindo apoio em um momento tão importante;
  • Aposentadoria por invalidez em caso de incapacidade permanente;
  • Pensão por morte e auxílio-reclusão para os dependentes.

Cada contribuição feita é um passo para ter acesso a esses direitos.

Como pagar o INSS como autônomo (contribuinte individual)?

O pagamento é feito por meio da Guia da Previdência Social (GPS), que deve ser preenchida com o código correto da categoria. 

A alíquota normalmente é de 20% sobre os rendimentos, mas existem opções reduzidas (como 11% ou 5%), aplicáveis em casos específicos, como o MEI ou o plano simplificado.

⚠️ Atenção: pagar o código errado ou recolher valores inferiores pode impedir que as contribuições sejam validadas no futuro. É um erro mais comum do que parece e que pode custar caro na hora de se aposentar.

Diferença entre contribuinte individual e facultativo

Muita gente confunde os dois. O facultativo é a pessoa que não exerce atividade remunerada, mas quer contribuir (exemplo: dona de casa, estudante). 

Já o contribuinte individual exerce uma atividade e tem a obrigação legal de recolher. Essa diferença é essencial para não usar o código errado e comprometer anos de contribuição.

Passo a passo simples para começar a contribuir

  1. Faça sua inscrição no Cadastro Nacional de Informações Sociais (CNIS) pelo site ou aplicativo do Meu INSS.
  2. Identifique a sua categoria: contribuinte individual ou facultativo.
  3. Gere a GPS com o código adequado.
  4. Realize o pagamento mensalmente até o dia 15 do mês seguinte ao da atividade.
  5. Guarde todos os comprovantes — eles podem ser necessários para futuras revisões.

Dúvidas frequentes (FAQ)

1. Posso pagar o INSS como autônomo em atraso?

Sim, mas existem regras. Em alguns casos, é necessário comprovar a atividade exercida para que o INSS aceite o recolhimento retroativo.

2. O valor pago todo mês pode ser alterado?

Sim, você pode escolher contribuir sobre valores diferentes, desde que respeite o salário mínimo e o teto do INSS. Isso influencia no valor da aposentadoria.

3. Se eu deixar de pagar por alguns meses, perco tudo?

Não. As contribuições anteriores continuam válidas, mas você pode perder a qualidade de segurado temporariamente o que é um requisito importante para a concessão de alguns benefícios do INSS.

Planejamento previdenciário: um diferencial que muda vidas

Contribuir de qualquer forma pode não ser suficiente. É preciso contribuir da forma correta

Um planejamento previdenciário bem feito ajuda a evitar erros, otimizar valores e garantir que, no futuro, você receba exatamente aquilo a que tem direito.

Muitos autônomos só procuram ajuda quando já enfrentam problemas — um benefício negado, uma aposentadoria menor que o esperado. Mas quem busca orientação antes, se previne. E a prevenção, nesse caso, significa tranquilidade.

Conclusão

Pagar INSS como autônomo não é apenas uma obrigação legal, mas uma forma de cuidar de quem você ama e de si mesmo. O futuro não pode ser deixado para depois.

Se você é autônomo e ainda tem dúvidas sobre como contribuir corretamente, saiba que não está sozinho. Cada história é única, e cada planejamento precisa ser feito com atenção.


📌 Dra. Carolina Feitosa – Advocacia Previdenciária

Atuo diariamente ajudando trabalhadores a conquistarem seus direitos junto ao INSS, com orientação clara e humanizada, sempre dentro das normas da OAB. Espero ter lhe ajudado e em caso de necessitar de uma consulta, entre em contato conosco através do WhatsApp.

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